
Pra contar este causo, vou usar apenas o diálogo das duas personagens em questão: um touro garanhão e uma vaca que, naquele dia, tava com uma danada de uma vontade de ter um caso de amor com o dito cujo touro. Porém, para desespero da vaquinha regateira e fogosa, havia uma cerca de arame farpado entre os dois. Um deles pertencia a uma fazenda e o outro era de outras paragens. Estavam se conhecendo naquele dia. Vaca (se insinuando) – Vem, touro. Óia eu aqui! Fresquinha... bonitinha... esperando um bonitão como ocê. Touro – Mas como é que eu posso ir aí desse lado? Ocê não tá vendo essa grande cerca que separa a gente? Vaca – Ah, mas dá um jeito, uai. Ocê num é macho? Ocê num qué fi ca numa boa comigo? Eu tô num fogo que num me agüento. Vamo lá. Cria coragem e pula essa mardita cerca aí, sô. E toca a requebrar as cadeiras, cada vez mais insinuante. Touro (já em ponto de bala) – Mas cumé que eu faço? Bem que eu tô com vontade de traçá ocê, mas com essa cerca aí fi ca difícil. Ela é muito arta. Vaca (mais dengosa ainda) – Ué! Dá um jeito. Faz um sacrifício. Ocê num é o bão dos pastos? Vem que ocê vai vê como vale a pena... O touro, não agüentando mais de vontade, afasta- se uns 10 metros para pegar velocidade e... tiummmm: pula a dita cerca. Um bom tempo se passa e a vaca fi ca surpresa, vendo que o touro está triste e sem graça. Vaca – Então, touro? Ocê faz esse grande sacrifício, pula a cerca, consegue chegá até aqui e fi ca aí amuado, sem tomá nenhuma iniciativa? Touro – É! Tá certo que eu consegui pulá, mas óia lá o que fi cou pendurado na mardita cerca...
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