quarta-feira, 27 de agosto de 2008

"Não tenho a voz da razão, mas sim a experiência de quem já passou anos fugindo das mulheres “namoradas”, aquelas que querem ter “seu homem”, “seu úni


Na época, meu perfil era: divorciado, executivo bem sucedido, educado, não fuma, bebe socialmente, adora viajar, andar de moto, velejador, aventureiro com muitos planos de viagem, enfim, o sonho de muita mulher por aí.
Como as mulheres passaram anos buscando a liberação, e como bem disse o pesquisador da FGV, Marcelo Néri, elas “estão tendo que lidar com aquilo que pode ser o mal-estar da revolução feminista”, acha que a coisa está mais por esse caminho.
Não encontram seu companheiro por dois simples problemas: ansiedade e egoísmo!
Pensando somente nelas, querem beijar, ser adoradas, fazer sexo à sua maneira e no seu tempo, sem se preocupar com o homem. Não buscam de verdade um companheiro, uma pessoa para ter ao lado de forma simples.
Estavam tão sozinhas, mas agora que encontraram um homem que lhes dê atenção, Buenos Aires, Ilhabela ou Búzios fica logo ali, agendam idas aos melhores restaurantes (caríssimos, claro!), inventam os maiores programas e tornam-se tão criativas por quê?
Porque tem um “pato” para pagar todas as suas vontades, alguém para realizar suas fantasias e que, na maioria das vezes, não poderiam pagar por isso, mas agora é só ter a idéia que o cartão de credito do “pato” entrará em ação.
No inicio elas são dóceis, submissas, fazem todas as vontades dos homens, dão presentes caros, telefonam toda hora, mandam e-mails, cartõezinhos, bilhetinhos, fazem surpresas, mas após a relação passar um tempo, experimente tentar sugerir algo simples, como ficar ao sol lendo numa praça ou somente caminhar, para ver como reagem!
A grande maioria das mulheres, com dinheiro ou sem dinheiro, age assim. Não há como fugir dessa regra e posso garantir que os homens não gostam disso, porém alguns se submetem porque também tem medo de ficar sozinhos.
Mas o que vemos hoje é um grande numero de homens sozinhos, bem resolvidos em relação a isso, que não querem muita aproximação das mulheres por esse fato. Está muito difícil ganhar dinheiro, por isso, ter uma mulher significa gastar muito.
São pouquíssimas mulheres que se dispõem a dividir a conta, participar numa relação a dois, efetivamente, respeitando o homem, seu companheiro, pensando nos dois e não só nela. O centro de atração são os dois, nada de egoísmo e pensar só nela.
A mulher que passa dos trinta então! De certa forma, as pressões que sofrem pela sociedade, família e amigos, provocam o desespero intimo! Precisam urgente de um homem fixo!
No entanto, como já tem um pouco mais de experiência e conhecem as coisas boas da vida, são verdadeiros terrores para os homens. A ansiedade com que entram numa relação é tremenda. Precisam fechar negocio, precisam casar juntar, sei lá!
Mas, com toda bobagem que fazem por causa da ansiedade, muitas não conseguem passar para outra etapa e voltam a ficar sozinhas. Coitado do próximo! Ela virá novamente com tudo, e assim sucessivamente.
Por isso, lembrando que adoro as mulheres, sugiro voltarem a ser naturais, deixem as ansiedades de lado, olhem bem à sua volta e vejam que as pessoas felizes são aquelas que partem do principio que estar a dois significa dividir para então somar.
Ao final, aviso que não estou mais no mercado porque encontrei alguém para dividir, ser companhia em qualquer hora, aceitar o bom e o ruim, sempre ajudando um ao outro. E leu meu texto sem me bater com a bolsa na cabeça!!

domingo, 17 de agosto de 2008

FRASES MACHISTAS


Sou tão macho que até meu lado feminino é lésbico.


Uma meia verdade é uma mentira inteira.


O assaltante pede seu dinheiro ou sua vida; as mulheres querem os dois.


Macho que é macho não navega na internet; atravessa a nado!


Eu sempre me importei com a beleza interior da mulher. Uma vez dentro... beleza!


Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas


Mulher feia é igual bola de futebol. Pra treinar qualquer uma serve!


Mulheres são como moedas: ou são caras ou são coroas


Você nunca vai conseguir fazer amor com todas as mulheres do mundo, mas deve se esforçar pra isso.


Existem mulheres que se conquista com carinho e outras com um sorriso, mais para todas as outras existe Master Card.


Mulher grávida reclama de barriga cheia


Casamento é uma cosia muito importante na vida de uma mulher, não é atoa que ela casa de branco e o homem de preto.


Ex-namorada é igual a Mc Donald's: a gente sabe que não deve, mas acaba comendo de vez em quando.


Todo homem tem a fantasia de fazer sexo com duas mulheres ao mesmo tempo. As mulheres deveriam gostar da idéia. Pelo menos, teriam com quem conversar depois que ele pegasse no sono.


Macho que é macho quando quer beber leite mama na onça.


Mulher é igual a ar condicionado, gasta muito, mas de vez em quando vale a pena ligar.


Mulher só sabe contar até seis, dependendo do fogão.


Há dois momentos em que os homens não entendem as mulheres: antes e depois do casamento.


Mulher reclama de dor de parto, porque nunca levou chute no saco.


Quem tiver seus namorados que guardem dentro de um baú, porque as mulheres dessa cidade estão pior que urubu.


Macho, que é macho, não toma leite, come a vaca!


O homem nasce bom, a mulher o corrompe.


O Brasil é das mulheres, mas o poder é dos homens!


Passado de mulher é igual cozinha de restaurante chinês, se você conhecer, não come.


Mulher cheirosa é que nem churrasco, é só sentir o cheiro que da vontade de comer.


Dinheiro na mão, calcinha no chão. Dinheiro sumiu, calcinha subiu.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

SOTAQUE MINEIRO


Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos - oh sina - para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de cada região do Brasil. Cadê os lingüistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência e a sonoridade das palavras?É um absurdo. Existem livros sobre tudo; não tem (ou não conheço) um sobre o falar ingênuo deste povo doce. Escritores, ô de casa, cadê vocês? Escrevam sobre isto, se já escreveram me mandem, que espero ansioso.Um simples" mas" é uma coisa no Rio Grande do Sul. É tudo menos um "mas" nordestino, por exemplo. O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora?Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor.Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.Mas, se o sotaque desarma, as expressões são um capítulo à parte. Não vou exagerar, dizendo que a gente não se entende... Mas que é algo delicioso descobrir, aos poucos, as expressões daqui, ah isso é...Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar". Não dizem: onde eu estou?, dizem: "ôndôtô?"). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs. Digo-lhes que não.Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido... Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?" Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: - Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, olá, me escutem, por favor. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de bonitim, fechadim, e por aí vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?". Traduzo: "E aí, vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira. Não ouvirá nunca.Na verdade, o mineiro é o baiano lingüístico. A preguiça chegou aqui e armou rede. O mineiro não pronuncia uma palavra completa nem com uma arma apontada para a cabeça.Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas. Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - Eu preciso de ir.Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta. Só não me perguntem. Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Você não precisa ir, você "precisa de ir". Você não precisa viajar, você "precisa de viajar". Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará:- Ah, mãe, eu preciso de ir?No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente. Entendeu? Deus, tenho que explicar tudo. Não vou ficar procurando sinônimo, que diabo. E não digo mais nada, leitor, você está agarrando meu texto. Agarrar é agarrar, ora!Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: - Ai, gente, que dó.É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras. Eu aviso que vá se apaixonar na China, que lá está sobrando gente. E não vem caçar confusão pro meu lado.Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom (acho que dá na mesma), ela, se for jovem, vai gritar: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, idéia do tanto de bom que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?Ouço a leitora chiar: - Capaz...Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "tá fácil que eu faça isso", com algumas toneladas de ironia. Gente, ando um péssimo tradutor. Se você propõe a sua namorada um sexo a três (com as amigas dela), provavelmente ouvirá um "capaz..." como resposta. Se, em vingança contra a recusa, você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "ô dó dôcê". Entendeu agora?Não? Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."? Completo ele fica: - Ah, nem...O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo. É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...Certa vez pedi um exemplo e a interlocutora pensou alto:- Você quer que eu "dou" um exemplo...Eu sei, eu sei, a gramática não tolera esses abusos mineiros de conjugação. Mas que são uma gracinha, ah isso lá são.Ei, leitor, pára de babar. Que coisa feia. Olha o papel todo molhado. Chega, não conto mais nada. Está bem, está bem, mas se comporte.Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi". Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...Tem tantos outros... O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. Se você, em conversa, falar:- Ah, fui lá comprar umas coisas...- Que' s coisa? - ela retrucará.Acreditam? O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que.Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: - Ele pôs a culpa "ni mim".A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!". E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras. nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim. A fórmula mineira é sintética. e diz tudo.Até o tchau. em Minas. é personalizado. Ninguém diz tchau pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau pro cê", "tchau pro cês". É útil deixar claro o destinatário do tchau. O tchau, minha filha, é prôcê, não é pra outra entendeu?Deve haver, por certo, outras expressões... A minha memória (que não ajuda muito) trouxe essas por enquanto. Estou, claro, aberto a sugestões. Como é uma pesquisa empírica, umas voluntárias ajudariam... Exigência: ser mineira. Conversando com lingüistas, fui informado: é prudente que tenham cabelos pretos, espessos e lisos, aquela pele bem branquinha... Tudo, naturalmente, em nome da ciência. Bem, eu me explico: é que, características à parte, as conformações físicas influem no timbre e som da voz, e eu não posso, em honrados assuntos mineiros, correr o risco de ser inexato, entendem?

PIADAS


ALMOÇO NEGOCIADO O sujeito está morrendo de fome, mas só tem cinco reais no bolso. Entra num restaurante e começa a olhar o cardápio. Filé mignon: R$ 30. Contra-fi lé com fritas: R$ 25. Espaguete: R$ 12. Finalmente, encontra o item mais barato do menu, Canja de galinha: R$ 6. Explica ao garçom que, como só tem uma nota de cinco, gostaria de um desconto. – Olha, senhor, por esse preço só podemos lhe oferecer um prato alternativo: canja de papagaio. O rapaz fi ca ressabiado, mas aceita. Enquanto espera pelo prato, sente um puxão na barra da calça, por debaixo da mesa. Era o papagaio: – Pede a de galinha que eu entro com um real.





NA SUA IDADE Decepcionado com a falta de empenho do filho na escola, o pai vocifera: – Na sua idade Rui Barbosa era o melhor da turma! O filho responde: – E na sua, papai, ele já era ministro.




ESPÉCIES DE ÁRVORE A moça metida a besta comenta com a colega desbocada: – Sabe, Maria, o meu cão é mesmo raça pura. Tem até árvore genealógica! – A gente também tem um cachorrinho, mas ele não tem essas frescuras, não. Ele mija em qualquer árvore.



PAI HERÓI A menina vai pescar com o pai e volta com o rosto todo inchado. Assustada, a mãe pergunta: – Minha fi lha, o que houve? – Foi uma abelha, mamãe... – Ela te picou? – Não deu tempo. O papai matou ela com o remo.

O touro e a vaca assanhada


Pra contar este causo, vou usar apenas o diálogo das duas personagens em questão: um touro garanhão e uma vaca que, naquele dia, tava com uma danada de uma vontade de ter um caso de amor com o dito cujo touro. Porém, para desespero da vaquinha regateira e fogosa, havia uma cerca de arame farpado entre os dois. Um deles pertencia a uma fazenda e o outro era de outras paragens. Estavam se conhecendo naquele dia. Vaca (se insinuando) – Vem, touro. Óia eu aqui! Fresquinha... bonitinha... esperando um bonitão como ocê. Touro – Mas como é que eu posso ir aí desse lado? Ocê não tá vendo essa grande cerca que separa a gente? Vaca – Ah, mas dá um jeito, uai. Ocê num é macho? Ocê num qué fi ca numa boa comigo? Eu tô num fogo que num me agüento. Vamo lá. Cria coragem e pula essa mardita cerca aí, sô. E toca a requebrar as cadeiras, cada vez mais insinuante. Touro (já em ponto de bala) – Mas cumé que eu faço? Bem que eu tô com vontade de traçá ocê, mas com essa cerca aí fi ca difícil. Ela é muito arta. Vaca (mais dengosa ainda) – Ué! Dá um jeito. Faz um sacrifício. Ocê num é o bão dos pastos? Vem que ocê vai vê como vale a pena... O touro, não agüentando mais de vontade, afasta- se uns 10 metros para pegar velocidade e... tiummmm: pula a dita cerca. Um bom tempo se passa e a vaca fi ca surpresa, vendo que o touro está triste e sem graça. Vaca – Então, touro? Ocê faz esse grande sacrifício, pula a cerca, consegue chegá até aqui e fi ca aí amuado, sem tomá nenhuma iniciativa? Touro – É! Tá certo que eu consegui pulá, mas óia lá o que fi cou pendurado na mardita cerca...

Godô Recupera Precisão De Enforcar O Ganso



Godofredo e Cornélia, depois de longa vida em comum, andavam não mais se suportando. Tudo era motivo para brigas, das mais rancorosas, onde ruminavam o passado, passando de cor e salteado toda a lista de desavenças. Certa feita, bem cedinho, pegaram o velho jipe e tocaram pra fazenda. Godofredo fora bom motorista nos velhos tempos, mas, agora, distraia-se com qualquer coisa e se esquecia até de que estava dirigindo. Dona Cornélia é que gritava a fim de colocar o marido no caminho certo para ele não fazer tanta barbeiragem.Naquele dia, enquanto ficaram na fazenda, tiveram tempo de brigar 17 vezes antes do almoço. Num intervalo, antes da próxima briga, chega um bando de moças. Sete. Tavam ali por perto, tomando banho de cachoeira e, como sabiam que na fazenda tinha uma máquina de limpar arroz com uma balança, queriam conferir a massa. Assim que chegou aquele mulherio pouca roupa, Godofredo, ouriçado, saltitante e fagueiro, virou mestre de cerimônia. Mansinho, meninou e levou as gurias pra tudo quanto é canto, cascou laranja, mostrou as galinhas, a porcada, o gado nelore, com o touro Tanajura cheirando as coisas da novilha Princesa e matando as moças de vergonha e muito mais. Aí o fazendeiro conquistou intimidades com as meninas e alisava ora o braço de uma, ora o cabelo d'outra, e não tirava os olhos daqueles traseiros salientes, da peitaria quase à mostra, procurando adivinhar outros segredos guardados, vistos há tempos, na distante juventude. Sim, Godofredo fora homem de dar muito trabalho à sua Cornélia nos primeiros anos de casamento, bem diferente de agora, quando olhava para ela e nem tium, sem nenhuma inspiração.
Também Cornélia esquecera da vida. Engordara, sem perfume, sem esmero, sem cuidados e a velhice chegou primeiro que a idade. Era um sol que se apagava. Não tinha mais encantos para Godofredo. Na última briga, de manhã, ele falou inhantes cê era um fogo quisó, muié! Me sirvia no engenho, no paió, no curral, no canaviá e agora não me serve mais... cê pensa que vô dexá de usá minhas faculdades sexuais? Vô não. Ocê só tem chero de aio e desses tempero de cozinha... credo muié! Nem ropa de baixo cê usa mais, parece que gosta de deixá os pobrema à vontade, né? Pois óia, vô caçá um rabo de saia que me sirva...Enquanto ele passeava pra baixo e pra cima com as moças, a patroa tava enfurnada dentro de casa, só assuntando, pondo sentido, gungunando com seus botões, de olho no assanhamento do velho que, segundo ela, não dava mais no couro. Mas, como pra cavalo velho, capim novo é santo remédio, Godofredo, para as meninas, virara Godô e, doido para afogar o ganso em lagoa nova, a todas já tinha, no particular, convidado para aparecer mais amiúde na fazenda, enquanto pensava ôtas menina mais gostosas que margarina, que derrete a toa... é com uma dessas que eu vô, meu Jesuscristinho!...
- Ó, sá, miudinho tô aqui, viu? Vem cá, sá! Vem sozinha procê cunhecê a fazenda mais mió!... Vai sê bão demais da conta, sá!
Até que uma das meninas resolveu se lembrar do motivo que as trouxera ali.
- É memo, gente! Vamo lá na balança, vamo, meus bem! Vô pesá ocêis! Godofredo, em vista de tanta fartura de mulher, perdera a auto-censura e a noção do ridículo. Dispensou a ajuda do empregado que cuidava da máquina, mandou-o catar gabiroba e coquinho e foi, ele mesmo, conferir a massa de cada uma, tim-tim por tim-tim, todo carinhoso e meloso.- Ispia só, fia! Seu peso é 37! Livre!...
- O seu é 45, bem! Livre!...
- Ih, meu amô! Tá gordinha! 53! Livre!...E, assim, Godô foi conferindo a massa de uma por uma, na maior animação. Todas, segundo ele, livres. E as visitantes, muito boazinhas, oferecendo-se para a alisação do velho que tava quase em ponto de bala, com a arma em meia engorda, enquanto elas, às suas costas, riam a mais não poder.
- Mas, senhor Godofredo...- Tira o senhor, meu amozinho!... Godô! Só Godô, tá?...
- Então, Godô, por que você disse "livre" para todas nós? Não entendi!Aí o Godofredo, na sua sabedoria roceira, depois de anos e anos na prática de pesar volumes e mais volumes de arroz, milho e feijão, esclareceu:
- Livre sim, fia! Livre de saco. É peso líquido, já que ocês não têm saco, uai!...As meninas riram amarelo e foram despistando, caindo fora, enquanto Godofredo, trepado na porteira do curral, acenava, com os olhos ardentes e merejantes, até a última delas sumir dentro do capão do mato.
Depois de mais 59 brigas com a Cornélia, por causa das inocentes meninas, nosso Godô acha que tá na hora de irem embora, para não dirigir à noite. Bem de tarde, pegam o caminho de casa, chegando à cidade no lusco-fusco da noite. E não é que naquele dia a prefeitura tinha mandado consertar os buracos da rua do Assobio, onde moravam? Como o serviço não estava terminado, o Didico da Prefeitura mandou colocar uma corda de bacalhau para impedir que carros de boi, carroças e mesmo automóveis, passassem naquele pedaço de rua.O Godofredo, com a vista cansada, a rua escura, o farol caolho iluminando pouco, não dá sinal de que ia parar antes da corda. A Cornélia, então, não teve outro jeito e botou a boca no mundo.
- Godofredo! A corda! A corda, Godofredo!E ele, distraído, cantando pra si a musiquinha que fizera com a frase "da vida o que se leva é o que se come e que se ama", sorrindo e sonhando com todas as meninas do mundo, cai na dura realidade de ter Cornélia ao seu lado, gritando descontrolada, feito siriema choca.
- Quê? Acorda o quê, dona increnca? Quem disse que tô drumino?



Eurico de Andrade


Nós Sofre Mas Nós Goza


A jardineira que carregava o povo de Tabuí era desengonçada. E põe desengonçada nisso. Mas o dono da dita cuja, o Vivaldino, homem caprichoso e cheio das invenções, sempre tava arrumando uma melhoria na sua máquina de ganhar a vida. Arruma daqui, arruma dali, a coisa foi melhorando. O máximo mesmo foi quando ele inventou de colocar uma porta na traseira da dita cuja e uma catraca com o cobrador no meio do corredor. Povo de Tabuí ficou tão orgulhoso da sua empresa de transporte que nunca mais a jardineira viajou de banco vazio. Todo mundo queria experimentar a novidade que, segundo se dizia, sem tirar nem pôr, era igual aos coletivos de Bel'Zonte. E Vivaldino, vivo pra danar, ganhando dinheiro. Carregava gente, galinha, porco, bode, pato, ovos, saco de carne, abóbora, tudo, em troca de uns trocados.Foi aí que um dia entrou o velho Honorato com sua cara metade, a Honorina e mais umas muquiças na jardineira. Indo pra Tabuí. Se ajeitaram como puderam. Jardineira quase desmontava nas subidas e descidas. Ar parado. Sol do meio-dia. Calor de matar. Fedentina braba. Poeira sufocante deixando todo mundo meio bazé. Honorina, de pandu cheio, vendo aquilo tudo, sentindo aqueles cheiros, vendo as árvores passando de carreirinha, ouvindo a conversa mole do Tõe Carapina, com bafo de cachaça misturado com cheiro da gasolina, começou a sentir tonteira. Honório não teve conversa e soltou o verbo:- Pára! Pára! Pára aí, Vardino!Vivaldino, todo cheio de paciência, pára a condução, olha pra trás e pergunta:- O quê que foi home de Deus?- É a muié qui tá cum pobrema, sô! Nóis vai descê um tiquinho! Péra aí!Desceram. Honorina respirou um ar mais puro, sem poeira e fedentina, e melhorou.Toca a jardineira. Tõe Carapina, com a garrafa da Providência no bolso traseiro, de vez em quando dava uma bicada para molhar a palavra. Soltava o verbo e ficava mais bêbado e chato, contando potocas e piadas sem graça e até inconvenientes. Ninguém mais tava agüentando sua conversa mole na parte traseira da jardineira, de pé e trocando as pernas.Aí é que entrou a madama. Gente fina, com jeito de cidadã. Todo mundo viu. Sapatos de salto alto. Batom vermelhinho nos lábios. Bolsa das mais chiques no ombro. Vestido verde, longo e decotado. E um perfume!... ôta perfume! Daqueles que atraem qualquer nariz.Madame, toda dengosa, com passo de veada e nariz arrebitado, não olha pra ninguém. E tava injuriada sentindo a capiauzada silenciosa de olhos pregados nela. Tõe Carapina, o bebum, de butuca e de boca aberta, foi seguindo a recém-chegada pelo corredor da jardineira. Acontece que a madame, ao fazer força para passar na catraca, se descuidou um pouquinho e deixou escapar um sonoro pum.Todo mundo volta a olhar para a distinta, agora, com cara de surpresa e reprovação. Mas nem precisava. Ela já não tinha onde botar a cara. Vermelha como um pimentão maduro. Pum todo mundo solta, mas, assim, vindo de uma madame, ele tinha uma cor muito especial. Ela passa pela roleta, passa pelo Honório mais a Honorina e vai lá pra frente, sem nem olhar de lado, tonta de vergonha.Mas voltemos ao Tõe Carapina. Passa também pela roleta e vem vindo meio cambaleante. Cai aqui, cai acolá... Senta no colo dum negão que lhe dá um chega pra lá. Aí vem pra bem junto da madame e, todo serioso, dá mais uma bicada na Providência e, meio consolativo, fala bem alto, pra todo mundo ouvir:- Dona madama! Fica com vergonha não, tá? Hic!... óia, todo mundo peida, sá! Óia, motorista peida, cobradô peida, hic!... eu peido, aquela véia peida... hic!... fica com vergonha não, tá?Madame não tinha onde colocar a cara. Honorina, quando viu ser citada como "aquela véia" que peida e os passageiros olhando para ela com cara de riso, não agüentou. Passou mal outra vez. Chamou o juca com todo o entusiasmo. Uma parte do vomitado lambuzou o vidro e a outra foi misturar-se à poeira da estrada. Honorina cutuca no Honorato e gunguna umas coisas tampando a boca com a mão. E o velho outra vez põe a boca no mundo:- Pára! Pára! Pára aí, Vardino! A muié tá com pobrema de novo!- Que que foi dessa vez?- É que ela foi lançá e gumitô a dentadura!- Foi longe?- Não... foi bem ali acolá lá atrais! Dá uma macharré pa trais, dá Vardino!Vivaldino engata uma marcha-ré na jardineira que volta sacolejando de má vontade uns cem metros.- Pára! Pára, Vardino! Foi aqui!Honorato desceu. Procurou a danada da dentadura tempão danado enquanto a Honorina ficou dentro da jardineira tampando, com a mão, a boca murcha. Depois de um bom tempo, volta o Honorato, meio triste e com cara de nervoso.- Uai, Honorato, num achô a dentadura não?- Uai, sô! Inté que achá ieu achei! Mas num é que a rodera passô in riba e ismigaiô ela?

Eurico de Andrade


ESTAS LOURAS...


A aluna do primeiro ano primário chega em casa toda eufórica:
- Mamãe, Mamãe! Hoje a professora ensinou a contar de 1 a 10! As meninas aprenderam a contar de 1 a 5 e os meninos de 6 a 10, mas como eu sou uma loira super dotada aprendi a contar de 1 a 10! - Muito bem - diz a mamãe. No dia seguinte... - Mamãe, Mamãe! Hoje a professora ensinou o alfabeto! As meninas aprenderam do A ao M e os meninos do N ao Z, mas como eu sou uma loira super dotada aprendi o alfabeto inteiro! - Muito bem - diz a mamãe. No dia seguinte... - Mamãe, Mamãe! Hoje a professora foi nos ensinar a nadar na piscina da escola! - Que ótimo, minha filha! E como foi? - Foi legal, mamãe... Eu aprendi a nadar! Mas quando nós fomos trocar de roupa eu notei que todas as meninas tinham uns peitinhos pequenos e eu tinha uns peitões enormes! É porque eu sou uma loira super dotada, mamãe? - Não, minha filha... É porque você tem 23 anos!

COISAS DE LOURAS


Num escritório trabalhavam três mulheres com a mesmo chefa. Todos os dias elas notavam que ela saía sempre mais cedo e teve um que todas as raparigas decidiram que, quando a chefa saísse, elas fariam o mesmo. Afinal, depois de sair, a chefe nunca mais voltava, nem dizia mais nada e por isso estariam seguras. E porque é que também não poderiam ir para casa mais cedo? A morena ficou absolutamente deslumbrada por ir para casa mais cedo. Pôde tratar um pouco do jardim, passar algum tempo a brincar com o filho, e foi para a cama mais cedo. A ruiva ficou também deliciada com esse tempinho extra. Aproveitou para uma curta aula no ginásio antes de se preparar para um encontro ao jantar. A loira ficou contente por chegar a casa mais cedo e fazer uma surpresa ao marido, mas quando chegou ao quarto, ouviu vários sons abafados. Abrindo a porta lenta e silenciosamente, ficou mortificada por ver o marido com a seu chefa em grande ação na cama! Suavemente fechou de novo a porta e saiu de casa. No dia seguinte, durante a pausa do café, a morena e a ruiva planeavam sair de novo mais cedo e perguntaram à loira se ela queria fazer o mesmo.
- Nem pensar! - foi a resposta. Ontem, quase que fui apanhada pela chefa.

O papagaio aleijado


O sujeito resolveu comprar um animal de estimação e entrou numa loja. Lá ele viu um pequeno papagaio, sentado num poleiro de uma gaiola, e ele não tinha patas! Exclamou então: - O que é que aconteceu a este papagaio? - Eu nasci assim. Sou um papagaio defeituoso, o animal respondeu. -Muito boa! – disse rindo o sujeito, não dá pra acreditar que é você que disse isso! Onde está o ventríloquo? - Sou eu mesmo quem falou, tornou a respondera a ave. Sou um pássaro muito inteligente, com educação e cultura esmerada. - Ah é? Nesse caso me diga como é que você se mantém neste poleiro, já que você não tem patas? - É um tanto embaraçoso, mas já que o senhor pede... Eu enrolo meu pênis como um gancho em volta da barra horizontal. É assim que me seguro. - Quer dizer que você entende e pode responder a tudo que eu lhe perguntar? - Claro. E falo também inglês, francês e alemão. Posso manter conversações em português e em todas essas línguas com razoável competência, sobre praticamente qualquer assunto: política, religião, esportes, física, química, artes, filosofia. O senhor deveria me comprar, sou uma companhia muito agradável. O sujeito viu o preço numa etiqueta: R$ 2.000 reais. - Infelizmente não tenho como, é muito caro. - Calma! - sussurra o papagaio. Ninguém me quer porque não tenho patas. Tenho certeza de que se o senhor oferecer 200 reais o dono da loja fecha na hora. O sujeito ofereceu R$200 e, efetivamente, o dono aceitou. Semanas se passaram e o papagaio se mostrou sensacional. Ele era divertido, interessante, entendia de tudo, dava conselhos ótimos. O sujeito estava deslumbrado. Um dia ele voltou do trabalho e o papagaio sussurrou: - Olha, eu não sei se deveria lhe contar... Mas é a respeito de sua mulher e do zelador. - O que? - estranhou o sujeito. - Quando o zelador tocou a campainha sua mulher atendeu. Ela estava apenas de camisola transparente e o beijou na boca. - E o que aconteceu depois? - O zelador entrou, fechou a porta, arrancou a camisola dela e começou a beijá-la. Começou pelos seios e foi descendo devagarzinho. - Saco! E quê mais? - Aí ele a sentou no sofá, abriu as pernas dela, se ajoelhou e começou a lambê-la. Primeiro devagar, depois mais rápido, depois a colocou de quatro e apontou o pau para a bundinha dela. O papagaio deu uma pausa e o dono se impacientou: - E depois? O que aconteceu? Vamos, conta! - Aí não vi mais nada. Fiquei de pau duro e caí do poleiro!

CACHORRO DE GAÚCHO


Na sala de espera de um consultório veterinário, um gato conversa com um cachorro: - Eu estou aqui para ser castrado - dizia o gato. - Por quê? - perguntou o cachorro. - Eu aprontava bacanais com as gatas da vizinhança e minha dona, inconformada com o barulho que eu fazia todas as noites resolveu me castrar... E você, por que está aqui? - Eu estava em casa sem nada para fazer, quando o meu dono, um gaúcho, que tinha acabado de sair do banho, abaixou-se para apanhar algo debaixo do armário. Ao ver aquela bunda peluda perdi a noção do perigo, subi em cima dele e meti-lhe a vara... As costas dele ficaram toda arranhada. - Nossa! - espantou-se o gato - Ele também vai castrá-lo por isso? - Não, vim só cortar as unhas.

BICHO-PAPÃO E O HOMEM DO SACO


Se você já foi criança , com certeza você já ouviu falar em duas criaturas abomináveis : o bicho – papão e o homem do saco .Com certeza , na sua infância seus familiares já fizeram ameaças como :- Se você não ficar quieto , chamarei o homem do saco para pegar você por inteiro !- Se você não comer tudo do prato , o bicho – papão é que vai devora – lo !Bem , o que muita gente não sabe são as origens destes personagens . Eles têm raízes nas lendas medievais , e , alguns contos afirmam que o Bicho – Papão e o Homem do Saco são as mesmas pessoas .Lenda Medieval :Esta lenda diz que , há muitos anos atrás , havia um feiticeiro que fazia magia com os corpos das crianças travessas das aldeias . Primeiro , em plena luz do dia , ele sempre aparecia no lugarejo , com um saco nas mãos para observar as crianças rebeldes . Á noite , por causa de um feitiço que foi jogado contra ele , este homem virava uma criatura horrenda . Assim , neste formato , ele invadia a casa da criança travessa para rouba – la . Daí , vem o seu apelido de Bicho – Papão .Diz a tradição , que o feiticeiro pegava as crianças mais peraltas , porque , segundo a magia , os travessos tinham mais energia que os comportados . E você , leitor , já conhecia esta lenda ?

O AMOR E O PODER


A música na sombra, o ritmo no ar Um animal que ronda no véu do luar Eu saio dos seus olhos eu rolo pelo chão Feito um amor que queima magia negra Sedução Como uma deusa você me mantém E as coisas que você me diz Me levam além Aqui nesse lugar Não há rainha ou rei Há uma mulher e um homem Trocando sonhos fora da lei Como uma deusa você me mantém E as coisas que você me diz Me levam além Tão perto das lendas, tão longe do fim A fim de dividir no fundo do prazero amor e o poder A música na sombra o ritmo no ar um animal que ronda no véu do luar Tão perto das lendas, tão longe do fim A fim de dividir no fundo do prazer o amor e o poder Como uma deusa (me leva amor) você me mantém (longe do fim) E as coisas que você me diz Me levam além Tão perto das lendas, (me leva amor) tão longe do fim (longe do fim) A fim de dividirno fundo do prazero amor e o poder.
Aqui analisaremos parte por parte :"A música na sombra " = a melodia está nas trevas , pois ela é do mal . "Um animal que ronda no véu do luar " = segundo a cultura popular , o animal que ronda no véu do luar é o lobisomem , que é uma criatura das trevas . "Eu saio dos seus olhos eu rolo pelo chão " = a mulher está possuída por uma força satânica . "Feito um amor que queima magia negra Sedução " = aqui a referência ao satanismo , se torna nítida ."Como uma deusa você me mantém E as coisas que você me diz Me levam além " = Ela se sente uma deusa , que faz parte do paganismo . A moça está aprisionada e em coma no outro mundo , que no caso seria o inferno . "Aqui nesse lugar Não há rainha ou rei Há uma mulher e um homem Trocando sonhos fora da lei " = Ora , Jesus , o verdadeiro rei não está no inferno e muito menos a Rainha do Céu , Nossa Senhora . Com certeza , o umbral é um lugar sem lei . "Me levam além Tão perto das lendas, tão longe do fim A fim de dividir no fundo do prazer o amor e o poder " = As lendas são coisas pagãs e o prazer é algo diabólico . Alguns míticos afirmam que a cantora Rosana , pertencia a uma seita estranha e que fez um pacto para Ter beleza e sucesso . Nada foi provado sobre isto . Mas , esta música com mensagens subliminares diabólicas fez sucesso na época e a cantora , após uma plástica mal sucedida desapareceu . E você , leitor , Qual é a sua opinião ?

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O CARAMULÃO DA GARRAFA



Numa noite escura e fria, um sombra se movimentava furtivamente pelas moitas de um quintal até a janela de um jovem ariano que assistia ao seu televisor tranqüilamente. _Chuckrutz!! Chuckrutz!! Sua anta!! Vamos!! Estamos atrasados!! Disse a sombra ao rapaz. _O que você quer Fritz? Vou assistir à um filme agora. Não vou sair hoje com você. Lembra do que aconteceu na última vez? **Leia o conto "Os Profanadores de Jazigos Perpétuos" - também disponível na Necrose** _Não foi culpa minha!! Que filme é esse? Outro sobre Presidiária de Mulheres? Fritz perguntou com ar de escárnio. _Não sei o nome desse direito, só sei que começa com "A Ilha do...". Você sabe que eu adoro qualquer filme que comece com esse título. _A "Ilha do...". Puxa, esse deve ser bom. Deixe o vídeo pra gravar, vamos logo!! _Tá bom! Droga!! O que é dessa vez? Perguntou Chuckrutz aborrecido. _Sua anta loira!! Não lembra? Hoje é quinta-feira...hoje nós iremos até a "Encruzilhada do Muku", perto da "Curva do Tinhoso" e pegaremos o nosso Cramulhãozinho! Disse Fritz com ar demoníaco e esfregando as mãos uma na outra. _Ha... Mas o que diabos é isso? Cramulhãozinho?? _É isso! O Diabo! Nós teremos um diabinho numa garrafa e poderemos fazer e pedir qualquer coisa! _O que você andou bebendo Fritz? Pirou? _Chuckrutz... Cala boca e vamos!!!
Alguns minutos depois, os jovens se aproximavam da "Curva do Tinhoso". _Se abaixa aí Chuckrutz! Tá vendo? Tem um cara fazendo um "trabalho" na encruzilhada... Deve ser pra Exú. Vamos esperar ele ir embora. _Como você sabe? Perguntou Chuckrutz. _Hoje é quinta e ele tá com uma garrafa de pinga barata, farofa, frango uma fita vermelha, uma vela preta e uma caixa de fósforos. _E daí? _Fala baixo!! Isso são umas das oferendas para o "Homem da Encruzilhada", também conhecido como "Exú Caveira". Disse Fritz com um ar de sabedoria. _Como você sabe disso tudo? _Eu li numa página na Internet. Numa história chamada "A Pomba-Gira de Exú". Também disponível na Necrose _Cruzes... Só um maluco pra fazer uma página assim! Nesse momento uma pedra, vinda no além, atinge a cabeça de Chuckrutz _Ai!!! Quem foi o filha da puta? _Psiu!! Fica quieto Chuckrtz! O cara pode ouvir.
Minutos depois, os jovens chegam até a "Encruzilhada de Exú". _O cara já sumiu na "Curva do Tinhoso". Vamos começar. _Hum... Ok! _Chuckrutz!! Sua filho duma égua manca!! Não coma o frango e a farofa de Exú!!! Gritou Fritz. _Por quê não? Tá o "maior bom"!! Disse o jovem Chuckrutz cuspindo farofa em Fritz. _Pede licença antes de encostar nisso!! Deixa pra lá. Praga nenhuma pega em você. Vamos, me dê a garrafa de pinga vazia... Não beba!!!!! Derrame no chão. _Como vamos pegar o tal capetinha? _Pode deixar, eu sei como. Basta seguir o que mandar _Aprendeu isso na tal página? Disse Chuckrutz olhando para o Céu. _Não, achei uma "mandinga" enrolada num toco de bambu perto do "Terreiro do Pai Tumé". Veja _Fritz... Você é bem esquisito!
Minutos depois.... _Quase pronto!! Já temos o fumo, três charutos, fita preta envolta da garrafa com a rolha, farinha de trigo. Só falta acender a vela vermelha.... Me dá essa aí perto de você Chuckrtz! _Essa? Mas a mandinga disse "vela vermelha pequena", essa é grande! _Você não entende de nada!! Me dá logo seu jumento de olhos azuis!! _Fritz, acho bom você seguir essa mandinga direto. Disse Chuckrutz com ar de dúvida. _Não temos tempo de procurar um vela pequena, vai essa mesmo!! É só acender a vela e falar essas "preces" que estão na mandinga que o "vulto" aparecerá dentro da garrafa tampada. _Ok, se você sabe o que está fazendo.
O Jovem Fritz, após acender a grande vela vermelha, começou a "cantar" as preces da mandinga. _"Aê, Aê, Aê!!! Passa curisco, não deixa rabisco!! O Pai de Santo tá meio do trabalho... O Pai de Santo tá ponta do baralho... O Pai de Santo tá meio do trabalho... O Pai de Santo tá casa do caralho! Aê, Aê, Aê!!!". Fritz cantava com os olhos fechados enquanto fazia movimentos pendulares com a cabeça. _Fritz, você tem certeza que é essa a prece mesmo? _Cala boca Chuckrutz!! "Aê, Aê, Aê...
Enquanto Fritz cantava, uma brisa leve a fria começou a aparecer. _Tá frio aqui... Brrrrr!! Anda logo com isso Fritz! _Já acabei. Agora é só esperar. _Esse vento tá aumentando... Olha! Apagou a vela! _Ela tá chegando!!! Logo teremos o nosso próprio Cramulhãozinho!!! Disse Fritz com ar de vitória _Fritz... Tô com medo... Olha!!! Tem uma fumaça vermelha dentro da garrafa!! _É ele!!! É ele!! O carcará tá chegando!!!!
O que se seguiu logo depois, deixou os jovens arianos apavorados. Eles ficaram olhando para a garrafa por alguns segundos, congelados pelo pavor. Depois de entreolharam e saíram correndo desesperadamente e gritando pela estrada abandonada que levava até a "Curva do Tinhoso".
A garrafa de pinga estava balançando loucamente. Mas a garrafa não estava mais vazia... Havia algo dentro dela. Uma criatura vermelha e com barba negra estava dentro dela... só que essa figura estava sendo prensada contra o vidro da garrafa. O "vulto" engarrafado gritava também. _Voltem aqui seus idiotas!!! Quem foi o estúpido que usou uma vela grande?? Me tirem daqui!!! Ai!!! Vocês me conjuraram e agora fogem??? Voltem aqui seus filhos do Capeta!!!! Estou sendo esmagado aqui dentro!! Ai!!! Ai!!!

O LOBISOMEM


Rosalvo Ruas, era um pequeno agricultor, morava com sua família do sul do Brasil, nos Pampas Gaúchos. O ano era de 1953; Brasília, a atual capial do Brasil, ainda não fora construída e ninguém ainda tinha ouvido em falar em Gilberto Gil e Caetano (bons tempos aqueles).Era uma noite muito clara, pois a Lua cheia estava em seu auge. Durvalina, a fiel esposa de Rosalvo, estava fazendo um cozido, que pelo cheiro, parecia muito apetitoso. O casal tinha um belo filho, um varão de 13 anos que gozava de muita saúde, seu nome era Roneide. Durvalina se mostrava um pouco preocupada, pois já anoitecera e o rapaz ainda não tinha chegado para jantar.Rosalvo, que além de faminto, estava também preocupado, resolveu sair à procura do guri que nunca se atrasara antes. Deixou o chimarrão no bule para não esfriar e foi procurar o moleque._ Bah Tchê! Vou procurar o guri. Disse o agricultor_ Barbaridade! por onde anda esse guri? Pai, vai atrás do meu filho e trás ele de volta! Disse a dedicada esposa.
Assim que Rosalvo pôs os pés fora de casa, um uivo assustador fez com que sua espinha arrepiasse."OOOOOOUUUUUUUUUUUUOOOOOOOOOOUUUUUUUUUUU !!!!!!!!!!"_ Que foi isso santo Deus do Céu? Gritou a mulher de dentro da casa enquanto fazia o "nome do pai"._ Deve ser um lobo...mas aqui nos Pampas não tem lobo assim... Estranho, muito estranho. Rosalvo pensou em voz altaLogo em seguida saiu de casa caminhando na direção do uivo. Ele trazia consigo uma foice. Cauteloso, o gaúcho foi procurando por algo estranho perto do galinheiro. As galinhas estavam fazendo muito barulho e pareciam assustadas; os animais do celeiro também estavam inquietos. Cheiroso, o bode, não parava de dar cabeçadas na porteira do curral.Apesar da lua cheia, estava um pouco escuro, já que não tinha luz elétrica no Sítio. Rosalvo foi se aproximando do galinheiro, quando um vulto negro passa por trás dele. O gaúcho quase cospe o coração, tamanho foi a susto. Rosalvo se vira lentamente preparado para "sentar" a foice na tal figura quando percebe que o vulto não passa de uma criança._ Roneide!!! Seu guri filho de uma égua cega!!! Além de se atrasar, quase mata seu velho pai de susto!!! Gritou o pai bufando como um touro. Rosalvo leva o rapazinho pela orelha para casa e logo pôs-se a tomar seu chimarrão noite adentro.
Na manhã seguinte, o gaúcho vai até a Vila do Brejo Seco para conversar com os amigos e comprar alguns mantimentos._ Mas Bah Arlindo!!! Ouvi um uivo gelado como a chuva e o meu guri me deu um susto que quase botei os bofes pra fora! Contou Rosalvo ao dono do Empório Nossa Senhora de Fátima, um imigrante Paraguaio._ Mas como hombre de Deus? Tu tienes medo de un lobo? Deves ter borrado las bombachas!! Gargalhou o comerciante junto com os outros homens no Empório._Vocês podem rir a vontade, bando de Maricons! Só sei que se esse lobo voltar, vou enfiar um bala no meio dos olhos. Disse Rosalvo ao sair com as compras.Rosalvo aproveitou para comprar cartuchos para sua 22 de 2 canos, que ele carinhosamente chamava de "Furiosa". Mais tarde, enquanto preparava a carroça para voltar ao seu sítio, um índio se aproximou de Rosalvo._Acho que isso não vai adiantar nada contra o dito cujo que tu vais encarar. Disse o índio com um Português melhor do que a média do lugar_De que tu tá falando Índio Velho?_Eu estou falando de Lobisomem!!! Disse o índio com um voz sombriaMais uma vez o gaúcho sentiu um frio na espinha. Um pavor insólito tomou conta de sua mente ignorante._Cala tua boca velho imbecil! Eu não acredito nessas crendices de gente besta! Coyote velho! Ao dizer isso, subiu em sua carroça e voltou para casa.
Chegando em casa, Rosalvo não conseguia pensar em outra coisa. Ele se assustava com tudo, sombras, ruidos, luzes... até o sonoro peido do bode Cheiroso no curral, ao qual ele já havia acostumado, o assustava também._RRRaaça de bode duma figa!!! Eu ainda te castro com um facão!! Disse o irritado gaúcho.Após o jantar, agoar mais calmo. Ele foi se deitar com a mulher; Roneide estava encumbido de trancar as porteiras e a casa. Rosalvo estava quase dormindo quando...."OOOOOOUUUUUUUUUUUUOOOOOOOOOOUUUUUUUUUUU !!!!!!!!"Rosaldo dá um pulo da cama já engatilhando a "Furiosa". Durvalina, completamente apavorada, se esconde debaixo da cama e começa a rezar um rosário. O gaúcho se dirigia em direção da porta dos fundos quando percebeu que o guri não estava em seu quarto._ Ai ai ai! Mulher!!!! O guri não esta em casa. Deve estar lá fora!! Gritou o fazendeiro enquanto saía com a "Furiosa" preparada. A mulher a essa altura já estava no terceira conta do rosário.Ao chegar lá fora, havia um alvoroço sem precedentes no galinheiro, parecia que todas as galinhas cacarejavam ao mesmo tempo, uma balbúrdia! Rosalvo correu em direção do galinheiro atirando. Um vulto negro pula agilmente pela janela do galinheiro e corre em direção à plantação de mate e some na escuridão. Rosalvo chega ao galinherio e vê que quase todas as galinhas estavam mortas, degoladas. Agora Rosalvo procura desesperadamente por Roneide, correndo em volta da casa, quando de repente, dá de cara com uma figura baixa e escura. Rosalvo conseguiu se recuperar do susto e se preparava para atirar com sua espingarda quando ele reconhece o pequeno vulto. Era Roneide que estava completamente sujo de barro._ Roneide!!! Seu filho de uma porca duroq!!! Tu tas afim de matar seu velho pai de susto mesmo. Tu não ouvites o uivo do lobiso...ah...lobo e as galinhas gritando? Gritou o gaúcho gesticulando com a "Furiosa" na mão._ Não pai... eu não ouvi nada. eu caí no brejo quando fui fechar a porteira. Disse o rapaz, que agora estava assustado._Já pra dentro!!! Filho de uma cabra asmática! Gritou Rosalvo com o filho, muito mais com medo do que raiva.O pobre gaúcho não conseguiu dormir a noite interia.
Na manhã seguinte, Rosalvo foi para Brejo Seco procurar o tal índio que profetizara sobre o tal lobisomem. Não precisou chegar na Vila, pois o velho índio estava sentado na beira da estrada, tomando chimarrão._ Índio velho!! Preciso de sua ajuda!!! Suplicou Rosalvo_ Pois é... Prossegui o velho_ O tal lobisomem sempre ataca em noites de lua cheia, e ele é muito perigoso, matou quase todas as minhas galinhas! O quê que eu faço???_ O patrão precisa carregar a arma com balas de prata. Um tiro basta para mandar o cão danado para onde nunca deveia ter saído, o inferno!Disse o índio em sussuroO gaúcho já preparava para seguir o caminho da Vila quando o índio disse:_ Patrão! Sou um velho índio Gaudério... muito velho... já vi de tudo nesse mundo de Deus... e posso lhe dizer que o Capeta ajudou a fazê-lo. Mais uma coisa Seu Rosalvo! O senhor já deve ter encontrado com o tal bicho quando em forma de gente, pelo menos uma vez. O senhor deve ter cuidado, e desconfiar de tudo e de todos!! Na dúvida, não pense, atire! Disse o velho dando um soco na palma da mão_ Adeus meu bom Índio!! Espero um dia poder retribuir!!! Disse ao gaúcho enquato saía à galope.
"Como farei para matar esse demônio?" Pensava o gaúcho enquanto fazia alguns cartuchos usando um velho punhal de prata que tinha sido do seu avô na Guerra do Paraguai. Conseguiu fazer 3 cartuchos de prata para a sua "Furiosa".Logo que anoiteceu, o gaúcho montou guarda na porta de casa esperando pela tal criatura peluda. Era lua cheia novamente. Roneide tinha ido ao Sítio vizinho para brincar com os amigos e voltaria antes de anoitecer. Mas ele ainda não voltara e o gaúcho estava muito preocupado. A lua estava mais redonda do que nunca, e o silêncio anormal daquela noite deixava o fazendeiro mais nervoso ainda._Bah! Será que o guri encontrou com o lobisomem no meio de caminho? Será que aquele cão dos inferno pegou meu filho?Mas para quebrar o silêncio, um barulho interrompe as lucubrações de Rosalvo. Na plantação de Mate, mais uma vez, um vulto negro apareceu. O fazendeiro perparou a espingarda, a figura negra parecia que ia em sua direção. Rosalvo não quiz se fazer de rogado, e deu um tiro no meio daquilo que ela julgava ser a cabeça da criatura. O tiro foi certeiro, o corpo caiu no meio da folhagem. Rosalvo ficou eufórico e com um lampião, se aproximou do corpo para ver como era o tal bicho. Mas Rosalvo não consegui acreditar naquilo que via. A cena era tão chocante que o gaúcho macho quase desmaiou. Ajoelhou-se ao lado do corpo inerte e só consegui dar um grito._ NÃO!!!!!!!! Não pode ser!!!!!!!!!! Rosalvo tinha descoberto que havia dado cabo da vida de Roneide, seu filho, com um tiro na cabeça._ Meu Deus!!!!! Matei o meu filho!!!!!! Era era o lobisomem!!!!! Gritava de desespero o pobre agricultor. Os animais do Sítio estavam muito assustados, o bode Cheiroso gritava e peidava sem parar.Rosalvo pegou o corpo do menino e correu em direção de sua casa gritando desesperadamente pela esposa._ Durvalina!!!!!! Durvalina!!!! Apareça mulher dos infernos!!!!!!Rosalvo deixou o menino e a "Furiosa" no terreiro dos fundos e entrou correndo pela porta da sala gritando pela mulher.Mas as desgraças estavam apenas começando. Rosalvo encontrou sua esposa morta sobre a cama, havia sangue por todo o quarto, o corpo de Durvalina estava completamente destruído, parecia que estava pelo avesso. O pobre fazendeiro estava desesperado._ Barbaridade tchê!!!! Quanta desgraça!!!!! Meu guri matou a própria mãe!!! E eu matei meu filho!!!!! Que maldição caiu sobre min!!!!!O gaucho colocava as mãos à cabeça quando um estrondo veio da cozinha. Rosalvo correu em direção do barulho para ver o que poderia ser agora. Quando chegou até a cozinha, Rosalvo que achava que já tinha visto de tudo, quase teve mais um ataque cardíaco. Uma figura gigantesca, de uns 2 metros e meio de altura estava quebrando a cozinha toda, a vil criatura se virou para Rosalvo. O mostro tinha pêlos negros e se assemelhava com um lobo de garras e dentes super afiados, babando absurdo e com olhos vermelhos de ódio e sede de sangue. Rosalvo, tomado pelo pânico, tentou fugir, mas foi atingido com um golpe que o arremessou pela janela da cozinha até o meio do terreiro. Rosalvo foi defenestrado a uma distância de uns 4 metros. A criatura começava a sair da cozinha, indo em direção dele. Rosalvo acreditou que aquele era o fim... Mas sentiu que caíra sobre a "Furiosa". Tudo depois foi uma questão de centésimos de segundo, a criatura deu um salto na direção de Rosalvo, que com muito esforço, conseguiu mirar a espingarda e puxar o gatilho.
A criatura caíra ao lado do gaúcho, o tiro atingiu o peito do Lobisomem. Rosalvo se eregiu completamente zonzo, se afastou da criatura que tremia enquanto dava gritos horríveis. Aos poucos, a criatura parou de se mexer, e os pelos começaram a sumir, o corpo a mudar. Rosalvo assistia tudo aquilo com um olhar de espanto e nojo. Rosalvo ficou mais assustado ainda quando viu que aquele corpo caído no chão, era conhecido, era o corpo do Índio velho Gaudério._ Bah!!! Mas o lobisomem era o próprio Índio???? Santa Maria!!!! Maldito índio, desgraçado!!!!!! Tu arruinastes minha vida!!!! Roneide... Durvalina... Nãoooooo!!!!!!!!O gaúcho saiu correndo em direção ao campo, gritando pelos Pampas.
Faz tempo que o Sítio de Rosalvo Ruas esta abandonado. Ninguém vai até lá. Dizem que é mal assombrado e que até hoje, pode-se ouvir os lamentos do velho Rosalvo, uivando e correndo pelos Pampas gaúchos em noite de lua cheia, como um Lobisomem!!

ALEM DA ÚLTIMA ESTRELA


Por diversar vezes, me peguei contemplando o firmamento ... Sentia a maravilha deste universo, e uma atração inexplicável, Me levava a conversar com a Lua e as Estrelas, Pois percebia que elas entendiam, mais do que ninguém, Os sentimentos que de mim emanavam. Acho que por muitas e muitas vezes, este ato se repetiu. Mas até mesmo nelas, não encontrava as respostas que o meu coração, Com tanta ternura e amor para dar, Queria e precisava, ouvir e sentir. Num desses dias, o céu estava mais brilhante do que nunca, Meus pensamentos se tornaram mais intensos e Tive a sensação de que comigo elas conversavam, Como se estivessem me trazendo de volta a paz e a tranquilidade. Então, fechei meus olhos, e pude sentir todo o meu ser Invadido por uma doce e terna carícia, Como se a mão de alguém, ao meu lado, me afagasse E também me dissesse baixinho, só para eu ouvir... Cheguei... Estou aqui... Nunca mais vou te deixar... Achei que estava sonhando, e que conversar com Lua e Estrelas Apenas seria uma forma de desabafo Onde nada, nem ninguém fosse me recriminar Por tão intensos sentimentos. Só que eu estava certo no que vinha fazendo. Em todas as minhas conversas, elas sabiam dos meus desejos. E aquela sensação de alguém estar ao meu lado, Não era um sonho... Era a mais pura realidade. A Lua e as Estrelas sempre me ouviram, e sentindo, A grandiosidade dos sentimentos que comigo estavam guardados, Me fizeram uma linda surpresa, me trouxeram VOCÊ. VOCÊ que HOJE é a minha ALEGRIA, a minha TERNURA e a minha PAZ.