sábado, 6 de setembro de 2008

IGREJA UNIVERSAL DO REINO (Reportagen)


Em Belo Horizonte
A Igreja Universal do Reino de Deus em Belo Horizonte foi condenada a devolver valores destinados à congregação desde 1996, em valores ainda a serem apurados na liquidação da sentença, e ainda ressarcir um homem em R$ 5.000 por danos morais. Segundo o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), o fiel foi considerado incapaz de tomar decisões por contra própria.
Na sentença, desembargadores entenderam que a Igreja Universal fora negligente ao aceitar as doações. “A instituição religiosa que recebe como doação valor muito superior às posses do doador, sem devida cautela, responde civilmente pela conduta desidiosa”, disseram desembargadores da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Segundo laudo pericial psiquiátrico pedido pelo tribunal, o doador das quantias é portador de enfermidade de caráter permanente.
Conforme relatos do TJ-MG, o fiel fora compelido a participar de reuniões antecedidas ou sucedidas de pedidos de doações financeiras.
No processo, o freqüentador dos cultos, que não teve seu nome divulgado, foi representado pela mãe.
O fiel trabalhava como zelador e tivera todo o ordenado tomado pela doação que fazia à instituição religiosa. Em dado momento, com o agravamento da doença, fora afastado do trabalho e, segundo dados do processo, passara a emitir cheques pré-datados para a Igreja Universal.
Ainda de acordo com o tribunal, o homem contraiu empréstimo em instituição financeira e chegou a vender um lote por valor aquém do que o terreno valia em prol da Igreja Universal.
Com “promessas extraordinárias”, segundo o processo, o homem fora induzido a fazer as doações financeiras e, por seu turno, pessoas que tentavam demovê-lo da prática eram tachados de “demônio”. A mãe seria o principal ente do mal para ele.
Inicialmente, o juiz da 17ª Vara Cível de Belo Horizonte havia argumentado que a incapacidade permanente do doador só fora constatada a partir de 2001, isentando assim a igreja de restituir valores anteriores a esse período.
Estipulou assim em R$ 5.000 o valor a ser reembolsado e mais R$ 5.000 por danos morais.
Tanto a igreja quanto o rapaz, representado pela mãe, recorreram da decisão. Em nova análise, o desembargador Fernando Botelho, relator do recurso, disse entender que a interdição veio apenas corroborar uma situação de incapacidade pré-existente.
“Mesmo antes de 1996, ano em que o autor passou a freqüentar as dependências da igreja e a fazer-lhe doações, já apresentava grave quadro de confusão mental, capaz de caracterizar sua incapacidade absoluta, já que, no laudo pericial, restou consignado que ele não reunia discernimento suficiente para a realização dos atos da vida civil”, informou em seu despacho o relator do processo.
Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília-DF.
A reportagem do UOL tentou entrar em contato com os advogados da Igreja Universal do Reino de Deus, mas foi informada que um dos representantes da igreja perante o TJ-MG está em viagem a São Paulo e só retorna a Belo Horizonte no sábado.
O advogado Luiz Eduardo Alves, que atuou no caso representando a instituição evangélica, não foi localizado por meio dos números telefônicos repassados à reportagem.


Conheça a metodologia usada para a conversão psicológica em movimentos de discipulado
"Lavagem cerebral"

Tem se tornado quase um termo familiar nas últimas décadas. Em 1961, Robert J. Lifton escreveu o livro definitivo sobre o assunto, Thought Reform and the Psychology of Totalism (Reforma do Pensamento e a Psicologia do Totalitalitarismo), despois de estudar os efeitos do controle mental sobre os prisioneiros de guerra americanos pelos chineses comunistas. Lifton esboça os oito principais fatores que podem ser usados para identificar se um grupo é uma seita destrutiva ou não. Qualquer religião autoritária poderia ser trazida à luz para determinar quão destrutiva é sua influência sobre seus membros. Julguem por si mesmos.
Controle de Ambiente As seitas são capazes de controlar o ambiente à volta de seus recrutas de várias maneiras, mas quase sempre usando uma forma de isolamento. Os recrutas podem ser fisicamene separados da sociedade, ou podem ser advertidos sob ameaça de punição a ficar longe do mundo da mídia educativa, especialmente quando ela pode provocar o pensamento crítico. Quaisquer livros, filmes ou testemunhos de ex-membros do grupo, ou mesmo qualquer crítico do grupo devem ser, sob todas as formas, evitados. A informação é cuidadosamente mantida sobre cada recruta pela organização-mãe. Todos são vigiados, a menos que eles fiquem aquém ou muito além do pensamento da organização. Porque parece que a organização sabe tanto sobre tudo e todos, eles acabam parecendo oniscientes aos olhos dos recrutas.
Manipulação Mística Nas seitas religiosas, Deus está sempre presente nos trabalhos da organização. Se uma pessoa sai da seita por qualquer razão, acidentes ou inimizade que possam acometê-la são sempre atribuídos ao castigo de Deus sobre ela. Pelos fiéis, diz-se que os anjos estão sempre trabalhando, e histórias circulam sobre como Deus está verdadeiramente fazendo coisas maravilhosas entre eles, porque eles são "a verdade." À organização é dada, portanto, uma certa "mística" que é muito fascinante.
Exigência de Pureza O mundo é descrito como "preto e branco", com pouco espaço para tomar decisões pessoais baseadas numa consciência treinada. A conduta da pessoa é modelada pela ideologia do grupo, conforme ensinada em sua literatura. Pessoas e organizações são pintadas como boas ou más, dependendo de seu relacionamento com a seita. Tendências universais de culpa e vergonha são usadas para controlar indivíduos, mesmo depois que eles saem. Há uma grande dificuldade em entender as complexidades da moralidade humana, uma vez que tudo é polarizado e exageradamente simplificado. Todas as coisas classificadas como más devem ser evitadas, e a pureza é alcançada através da imersão na ideologia da seita.
O método da ConfissãoPecados sérios (conforme definidos pela organização) devem ser confessados imediatamente. Os membros devem ser delatados se forem encontrados andando de forma contrária às regras.
Há freqüentemente uma tendência para se tirar proveito da confissão de auto-degradação. Isso ocorre quando todos têm que confessar seus pecados diante dos outros regularmente, criando um tipo intenso de unidade dentro do grupo. Isso também permite que os líderes exerçam autoridade interna sobre os mais fracos, usando seus "pecados" como um chicote para conduzí-los.
O "Conhecimento Sagrado" A ideologia da seita se torna a visão moral última para a organização da existência humana. A ideologia é também "sagrada" para ser questionada, e uma reverência pela liderança é exigida. A ideologia da seita faz uma alegação exagerada de possuir uma lógica hermética, fazendo-a parecer absoluta verdade sem contradições. Um sistema tão atraente oferece segurança.
A Criação de uma nova linguagem
Lifton explica o prolixo uso de "chavões que limitam o pensamento", expressões ou palavras que são designadas para encerrar a conversa ou controvérsia. Os chavões são facilmente memorizados e prontamente expressos. Eles são chamados de "linguagem de não-pensamento," uma vez que a discussão é encerrada, não permitindo considerações posteriores. Entre as Testemunhas de Jeová, por exemplo, expressões como "a verdade", a "organização-mãe", o "novo sistema", "apóstatas" e "mundano" carregam com elas um julgamento sobre os de fora, deixando-os indignos de maiores considerações.
Doutrina acima da pessoa A experiência humana está subordinada à doutrina, não importando quão profundas ou contraditórias tais expressões pareçam. A história da seita é alterada para encaixar-se em sua lógica doutrinária. A pessoa só é valiosa enquanto se conforma com os padrões da seita. As percepções do senso comum são desprezadas se forem hostis à ideologia da seita.
Arbitragem sobre a existência A seita decide quem tem o "direito" de existir e quem não o tem. Eles decidem que perecerá na batalha final entre o bem e o mal. Os líderes decidem que livros de história são exatos e quais são parciais. Famílias inteiras podem ser excluídas e os de fora podem ser enganados, pois não merecem existir!

Estou errado????????

Medo da Chuva


Raul Seixas - Medo da Chuva

É pena Que você pensa que eu sou escravo Dizendo que eu sou seu marido E não posso partir Como as pedras imóveis na praia Eu fico ao teu lado sem saber Dos amores que a vida me trouxe E eu não pude viver Eu perdi o meu medo Meu medo, meu medo da chuva Pois a chuva voltando pra terra Traz coisas do ar Aprendi o segredo O segredo, o segredo da vida Vendo as pedras que choram sozinhas No mesmo lugar Eu não posso entender Tanta gente aceitando a mentira De que os sonhos desfazem Aquilo que o padre falou Porque quando eu jurei Meu amor eu traí a mim mesmo Hoje eu sei que ninguém neste mundo é feliz tendo amado uma vez Uma vez Eu perdi o meu medo Meu medo, meu medo da chuva Pois a chuva voltando pra terra Traz coisas do ar Aprendi o segredo O segredo, o segredo da vida Vendo as pedras que choram sozinhas No mesmo lugar.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

MELHOR SER IDIOTA


Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: 'Diga o que disser, o mal do século é a solidão' (já citei essa frase em uma crônica antiga, mas ela sempre volta)! Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em close's ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas.Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam,alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos 'personal dance', incrível. E não é só sexo não, se fosse,era resolvido fácil, alguém duvida? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances sexuais dignas de um atleta olímpico,fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão 'apenas' dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a 'sentir', só isso, algo tão simples que a cada dia ficatão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número de comunidades como: 'Quero um amor pra vida toda!' 'Eu sou pra casar!' até a desesperançada' Nasci pra ser sozinho!' Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamoso envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, 'pague mico', saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!),aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois. Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida.


Antes idiota que infeliz!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

"Não tenho a voz da razão, mas sim a experiência de quem já passou anos fugindo das mulheres “namoradas”, aquelas que querem ter “seu homem”, “seu úni


Na época, meu perfil era: divorciado, executivo bem sucedido, educado, não fuma, bebe socialmente, adora viajar, andar de moto, velejador, aventureiro com muitos planos de viagem, enfim, o sonho de muita mulher por aí.
Como as mulheres passaram anos buscando a liberação, e como bem disse o pesquisador da FGV, Marcelo Néri, elas “estão tendo que lidar com aquilo que pode ser o mal-estar da revolução feminista”, acha que a coisa está mais por esse caminho.
Não encontram seu companheiro por dois simples problemas: ansiedade e egoísmo!
Pensando somente nelas, querem beijar, ser adoradas, fazer sexo à sua maneira e no seu tempo, sem se preocupar com o homem. Não buscam de verdade um companheiro, uma pessoa para ter ao lado de forma simples.
Estavam tão sozinhas, mas agora que encontraram um homem que lhes dê atenção, Buenos Aires, Ilhabela ou Búzios fica logo ali, agendam idas aos melhores restaurantes (caríssimos, claro!), inventam os maiores programas e tornam-se tão criativas por quê?
Porque tem um “pato” para pagar todas as suas vontades, alguém para realizar suas fantasias e que, na maioria das vezes, não poderiam pagar por isso, mas agora é só ter a idéia que o cartão de credito do “pato” entrará em ação.
No inicio elas são dóceis, submissas, fazem todas as vontades dos homens, dão presentes caros, telefonam toda hora, mandam e-mails, cartõezinhos, bilhetinhos, fazem surpresas, mas após a relação passar um tempo, experimente tentar sugerir algo simples, como ficar ao sol lendo numa praça ou somente caminhar, para ver como reagem!
A grande maioria das mulheres, com dinheiro ou sem dinheiro, age assim. Não há como fugir dessa regra e posso garantir que os homens não gostam disso, porém alguns se submetem porque também tem medo de ficar sozinhos.
Mas o que vemos hoje é um grande numero de homens sozinhos, bem resolvidos em relação a isso, que não querem muita aproximação das mulheres por esse fato. Está muito difícil ganhar dinheiro, por isso, ter uma mulher significa gastar muito.
São pouquíssimas mulheres que se dispõem a dividir a conta, participar numa relação a dois, efetivamente, respeitando o homem, seu companheiro, pensando nos dois e não só nela. O centro de atração são os dois, nada de egoísmo e pensar só nela.
A mulher que passa dos trinta então! De certa forma, as pressões que sofrem pela sociedade, família e amigos, provocam o desespero intimo! Precisam urgente de um homem fixo!
No entanto, como já tem um pouco mais de experiência e conhecem as coisas boas da vida, são verdadeiros terrores para os homens. A ansiedade com que entram numa relação é tremenda. Precisam fechar negocio, precisam casar juntar, sei lá!
Mas, com toda bobagem que fazem por causa da ansiedade, muitas não conseguem passar para outra etapa e voltam a ficar sozinhas. Coitado do próximo! Ela virá novamente com tudo, e assim sucessivamente.
Por isso, lembrando que adoro as mulheres, sugiro voltarem a ser naturais, deixem as ansiedades de lado, olhem bem à sua volta e vejam que as pessoas felizes são aquelas que partem do principio que estar a dois significa dividir para então somar.
Ao final, aviso que não estou mais no mercado porque encontrei alguém para dividir, ser companhia em qualquer hora, aceitar o bom e o ruim, sempre ajudando um ao outro. E leu meu texto sem me bater com a bolsa na cabeça!!

domingo, 17 de agosto de 2008

FRASES MACHISTAS


Sou tão macho que até meu lado feminino é lésbico.


Uma meia verdade é uma mentira inteira.


O assaltante pede seu dinheiro ou sua vida; as mulheres querem os dois.


Macho que é macho não navega na internet; atravessa a nado!


Eu sempre me importei com a beleza interior da mulher. Uma vez dentro... beleza!


Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas


Mulher feia é igual bola de futebol. Pra treinar qualquer uma serve!


Mulheres são como moedas: ou são caras ou são coroas


Você nunca vai conseguir fazer amor com todas as mulheres do mundo, mas deve se esforçar pra isso.


Existem mulheres que se conquista com carinho e outras com um sorriso, mais para todas as outras existe Master Card.


Mulher grávida reclama de barriga cheia


Casamento é uma cosia muito importante na vida de uma mulher, não é atoa que ela casa de branco e o homem de preto.


Ex-namorada é igual a Mc Donald's: a gente sabe que não deve, mas acaba comendo de vez em quando.


Todo homem tem a fantasia de fazer sexo com duas mulheres ao mesmo tempo. As mulheres deveriam gostar da idéia. Pelo menos, teriam com quem conversar depois que ele pegasse no sono.


Macho que é macho quando quer beber leite mama na onça.


Mulher é igual a ar condicionado, gasta muito, mas de vez em quando vale a pena ligar.


Mulher só sabe contar até seis, dependendo do fogão.


Há dois momentos em que os homens não entendem as mulheres: antes e depois do casamento.


Mulher reclama de dor de parto, porque nunca levou chute no saco.


Quem tiver seus namorados que guardem dentro de um baú, porque as mulheres dessa cidade estão pior que urubu.


Macho, que é macho, não toma leite, come a vaca!


O homem nasce bom, a mulher o corrompe.


O Brasil é das mulheres, mas o poder é dos homens!


Passado de mulher é igual cozinha de restaurante chinês, se você conhecer, não come.


Mulher cheirosa é que nem churrasco, é só sentir o cheiro que da vontade de comer.


Dinheiro na mão, calcinha no chão. Dinheiro sumiu, calcinha subiu.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

SOTAQUE MINEIRO


Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos - oh sina - para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de cada região do Brasil. Cadê os lingüistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência e a sonoridade das palavras?É um absurdo. Existem livros sobre tudo; não tem (ou não conheço) um sobre o falar ingênuo deste povo doce. Escritores, ô de casa, cadê vocês? Escrevam sobre isto, se já escreveram me mandem, que espero ansioso.Um simples" mas" é uma coisa no Rio Grande do Sul. É tudo menos um "mas" nordestino, por exemplo. O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora?Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor.Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.Mas, se o sotaque desarma, as expressões são um capítulo à parte. Não vou exagerar, dizendo que a gente não se entende... Mas que é algo delicioso descobrir, aos poucos, as expressões daqui, ah isso é...Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar". Não dizem: onde eu estou?, dizem: "ôndôtô?"). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs. Digo-lhes que não.Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido... Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?" Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: - Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, olá, me escutem, por favor. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de bonitim, fechadim, e por aí vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?". Traduzo: "E aí, vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira. Não ouvirá nunca.Na verdade, o mineiro é o baiano lingüístico. A preguiça chegou aqui e armou rede. O mineiro não pronuncia uma palavra completa nem com uma arma apontada para a cabeça.Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas. Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - Eu preciso de ir.Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta. Só não me perguntem. Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Você não precisa ir, você "precisa de ir". Você não precisa viajar, você "precisa de viajar". Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará:- Ah, mãe, eu preciso de ir?No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente. Entendeu? Deus, tenho que explicar tudo. Não vou ficar procurando sinônimo, que diabo. E não digo mais nada, leitor, você está agarrando meu texto. Agarrar é agarrar, ora!Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: - Ai, gente, que dó.É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras. Eu aviso que vá se apaixonar na China, que lá está sobrando gente. E não vem caçar confusão pro meu lado.Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom (acho que dá na mesma), ela, se for jovem, vai gritar: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, idéia do tanto de bom que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?Ouço a leitora chiar: - Capaz...Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "tá fácil que eu faça isso", com algumas toneladas de ironia. Gente, ando um péssimo tradutor. Se você propõe a sua namorada um sexo a três (com as amigas dela), provavelmente ouvirá um "capaz..." como resposta. Se, em vingança contra a recusa, você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "ô dó dôcê". Entendeu agora?Não? Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."? Completo ele fica: - Ah, nem...O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo. É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...Certa vez pedi um exemplo e a interlocutora pensou alto:- Você quer que eu "dou" um exemplo...Eu sei, eu sei, a gramática não tolera esses abusos mineiros de conjugação. Mas que são uma gracinha, ah isso lá são.Ei, leitor, pára de babar. Que coisa feia. Olha o papel todo molhado. Chega, não conto mais nada. Está bem, está bem, mas se comporte.Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi". Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...Tem tantos outros... O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. Se você, em conversa, falar:- Ah, fui lá comprar umas coisas...- Que' s coisa? - ela retrucará.Acreditam? O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que.Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: - Ele pôs a culpa "ni mim".A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!". E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras. nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim. A fórmula mineira é sintética. e diz tudo.Até o tchau. em Minas. é personalizado. Ninguém diz tchau pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau pro cê", "tchau pro cês". É útil deixar claro o destinatário do tchau. O tchau, minha filha, é prôcê, não é pra outra entendeu?Deve haver, por certo, outras expressões... A minha memória (que não ajuda muito) trouxe essas por enquanto. Estou, claro, aberto a sugestões. Como é uma pesquisa empírica, umas voluntárias ajudariam... Exigência: ser mineira. Conversando com lingüistas, fui informado: é prudente que tenham cabelos pretos, espessos e lisos, aquela pele bem branquinha... Tudo, naturalmente, em nome da ciência. Bem, eu me explico: é que, características à parte, as conformações físicas influem no timbre e som da voz, e eu não posso, em honrados assuntos mineiros, correr o risco de ser inexato, entendem?